quinta-feira, 7 de abril de 2011

Doenças de Periquitos

TUBERCOLOSE

Causada pelo Mycobacterium avium, esta doen?a pode ser contra?da por aves de todas as esp?cies. ? habitualmente transmitida atrav?s dos excrementos das que se encontram doentes ou dos produtos alimentares, nomeadamente cascas de ovos que n?o tenham sido previamente fervidas. A transmiss?o por via respirat?ria n?o ? muito frequente embora possa ser transmitida pelo homem.

As aves atacadas pela tuberculose come?am por perder peso, emagrecendo bastante, apesar de continuarem a ter apetite. Como a camada de penas esconde a parte muscular, este enfraquecimento progressivo n?o ? f?cil de detectar excepto se segurarmos a ave nas m?os. S? num estado mais adiantado, come?am a "enrolar" as penas, nome que se d? quando elas ficam eri?adas e ligeiramente enroladas. Vomitam igualmente a comida, refugiando-se num canto do avi?rio em letargia quase permanente. E claro que uma ave nestas condi??es deve ser imediatamente isolada. Tanto quando se conhece hoje em dia, a tuberculose nas aves ? incur?vel. O animal morto deve ser queimado.

Como se trata de uma doen?a contagiosa, aplica-se aqui inteiramente a regra da desinfec??o total do avi?rio com uma solu??o a 3% de formol ou qualquer outro desinfectante. ? ainda conveniente que as restantes aves do mesmo avi?rio passem a dispor de comida rica em vitaminas e sais minerais.

PARATIFO

? uma doen?a intestinal contagiosa para todas as esp?cies de aves e mesmo mam?feros, incluindo o homem. ? tamb?m conhecida com o nome de Salmonelose visto ser causada pela bact?ria Salmonella Typhi murium. Os p?ssaros jovens s?o facilmente atacados e podem morrer rapidamente. Por vezes, os adultos funcionam apenas como transmissores da doen?a. E por isso que mais uma vez se recomenda todo o cuidado na aquisi??o de novos exemplares (onde e em que estado), efectuando a quarentena numa gaiola isolada e s? depois permitindo a sua passagem para o avi?rio.

Os sintomas mais aparentes da ave atacada por paratifo s?o os excrementos aquosos, amarelados ou esverdeados, a inflama??o em volta de toda a cloaca e. por vezes. mucosidade nos olhos. Al?m disso. na sua forma aguda. o animal vomita tudo o que come e refuga-se a um canto do ch?o com as penas eri?adas.

O tratamento que se conhece, embora sem resultados muito favor?veis, ? a administra??o de antibi?ticos como a estreptomicina e o cloranfenicol ou sulfamidas. A dose est? indicada nas embalagens para uso veterin?rio e de acordo com o peso da ave.

PSITACOSE OU ORNITOSE


Esta doen?a, extremamente contagiosa e que pode ser transmitida mesmo ao homem, tem efectivamente dois nomes. Como foi descoberta em primeiro lugar nos psitac?deos, a denomina??o adquiriu a raiz morfol?gica "psitac". Mais tarde, verificou-se que ela existia tamb?m nas outras aves e da? o nome de Ornitose. E vulgar nos papagaios trazidos dos pa?ses de origem e por isso se deve ter muito cuidado com a importa??o.

Como sintomas gerais, indicam-se os v?mitos e os excrementos aquosos de cor cinzenta, cinzenta esverdeada, ou por vezes verde-escura. A ave agacha-se com as penas eri?adas, em tufo. Num estado j? muito adiantado, o mal atinge o pr?prio sistema nervoso e ela n?o consegue segurar-se no poleiro desequilibrando-se com facilidade e acabando por morrer.

Como sempre, o diagn?stico ? dif?cil nos primeiros tempos da doen?a, pois o per?odo de incuba??o varia entre 5 dias e 3 meses. Mas, entretanto, a ave pode n?o apresentar quaisquer sintomas. Se n?o houver cuidado, o cont?gio estende-se mesmo ao homem atrav?s da respira??o do ar infectado e a doen?a manifesta-se por uma inflama??o nos pulm?es.

O ?nico tratamento poss?vel ? ? base de antibi?ticos mas em regra as aves acabam por morrer.

Resta acrescentar, para sossego dos criadores, que a psitacose est? hoje praticamente debelada devido ? inspec??o r?gida a que s?o sujeitas todas as aves importadas.


APARELHO RESPIRAT?RIO


As doen?as mais vulgares deste tipo s?o a constipa??o e o catarro. A primeira reconhece-se pela dificuldade que a ave tem em respirar, ao mesmo tempo que apresenta as aberturas nasais obstru?das. No catarro, pelo contr?rio, a respira??o ? r?pida.

S?o normalmente doen?as causadas por um resfriamento, pois as aves tropicais n?o suportam uma queda de temperatura. O tratamento consiste em colocar a ave numa gaiola separada, a uma temperatura de 35-40? C. Isto consegue-se cobrindo a gaiola parcialmente com um pano e pondo por cima uma l?mpada el?ctrica de 25 W. Como ? natural, a temperatura do ambiente tem influ?ncia na forma de alcan?ar aquela que se pretende no interior da gaiola. Assim, ? conveniente usar um pequeno term?metro pendurado nos arames e ir observando se a pot?ncia da l?mpada ? suficiente e se ? necess?rio coloc?-la mais pr?ximo ou mais afastada do topo da gaiola.

A alimenta??o deve ser rica em vitaminas. Se tal for preciso, conv?m limpar os orif?cios nasais com glicerina l?quida. Logo que a ave se mostre em condi??es, procede-se ao abaixamento gradual da temperatura at? atingir a do ambiente do avi?rio ou viveiro, o que se consegue diminuindo a intensidade da l?mpada e afastando-a progressiva-mente da gaiola.

Apenas em casos j? muito adiantados ? necess?rio usar antibi?ticos.

APARELHO DIGESTIVO

Os chamados desarranjos intestinais s?o normalmente caracterizados por diarreia aquosa ou com mucos, de cor cinzenta ou cinzenta-acastanhada. Al?m disso, as penas em redor da cloaca ficam bastante sujas e a pele nessa mesma zona apresenta-se avermelhada. A ave tem tamb?m v?mitos e, como ? natural, encolhe-se a um canto com as penas eri?adas e a cabe?a debaixo da asa.

As causas devem ser geralmente procuradas na m? alimenta??o (sementes sujas) e na ?gua igualmente suja ou extremamente fria, embora a doen?a possa aparecer como resultado de um resfriamento.

O tratamento consiste no isolamento em gaiola aquecida (ver doen?as do aparelho respirat?rio) e na administra??o de um antibi?tico ou sulfamidas para uso veterin?rio, nas doses indicadas de acordo com o peso. A ave n?o deve comer verdura e, em vez de ?gua, coloca-se no bebedouro ch? de camomila. Tamb?m como doen?a do aparelho digestivo podemos considerar a prolifera??o de uma bact?ria normalmente existente nos intestinos das aves, chamada Escherichia coIi, onde auxilia a digest?o. Com efeito, devido a um enfraquecimento que pode resultar de uma alimenta??o deficiente, a bact?ria multiplica-se em quantidade exagerada e provoca no animal sintomas graves que podem levar ? morte. O tratamento consiste na aplica??o de uma pequena dose de antibi?tico.

As aves podem ainda ser atacadas de pris?o de ventre ou obstipa??o. Neste caso, d?-se ? ave alimento verde, com o aux?lio de um conta-gotas, obriga-se a engolir uma gota de azeite.

CONJUTIVITE


Como facilmente se depreende, trata-se de uma inflama??o nos olhos, em regra devida ? falta de higiene ou ?s poeiras existentes no avi?rio.

O tratamento, tal como acontece para os outros animais, consiste na aplica??o de algumas gotas de um preparado espec?fico, pelo menos duas vezes ao dia e durante duas semanas.

RAQUITISMO


? uma doen?a causada pela falta de subst?ncias minerais na alimenta??o e que atinge sobretudo as crias. Estas, ao sair do ninho, apresentam certa dificuldade em manter-se de p?, chegando mesmo a encurvar as pernas.

O tratamento ? sobretudo ? base de vitamina D mas, como em muitos outros casos, ? melhor evitar que tal aconte?a administrando sempre aos pais uma alimenta??o adequada e, se necess?rio, algumas gotas de um preparado vitam?nico na ?gua ou na comida.

CAUSADAS POR PARASITAS


Existem duas grandes classes de doen?as deste tipo, conforme s?o causadas por endoparasitas (que vivem no interior do corpo do animal) ou ectoparasitas (que vivem no exterior).

Dos endoparasitas, citamos em primeiro lugar os que originam a conhecida coccidiose. Vivem nas paredes dos intestinos causando profundas inflama??es, a tal ponto que os excrementos das aves chegam a apresentar vest?gios de sangue de mistura com uma mucosidade caracter?stica. A doen?a ?, portanto, infecciosa e conv?m que a ave seja imediatamente isolada e tratada com um medicamento ? base de sulfamidas.

Nos intestinos das aves, podem ainda aparecer vermes parasitas do g?nero Capillaria, cuja presen?a s? pode ser detectada atrav?s da an?lise dos excrementos. O tratamento ? ent?o indicado por um veterin?rio.

Entre os ectoparasitas, o mais comum ? o causador de uma esp?cie de escama??o exagerada na pele das pernas. E o Chemidocoptes mutans que pode ser perfeitamente combatido aplicando um pouco de azeite ou um preparado oleoso nas regi?es afectadas. O ?leo tapa os orif?cios respirat?rios do parasita, ocasionando portanto a sua morte.

Os outros ectoparasitas pertencem ao grupo dos insectos Mallophagus e atacam n?o s? a pele como parte das penas das aves. No entanto, chegam a alimentar-se do pr?prio sangue e, se o seu n?mero for demasiado, o que se nota pela intensidade com que a ave se cata, devemos aplicar um preparado insecticida dos que se vendem nas lojas da especialidade e para o fim adequado.

Uma ave tem sempre tend?ncia em alisar as penas e catar-se. Mas, se esse procedimento for exagerado e quase violento, ? a altura de intervir.


ARRANQUE DAS PENAS

N?o ? normal que as aves arranquem as penas das outras aves, as suas pr?prias ou at? mesmo as dos filhos quando estes se encontram nos ninhos. Se tal acontece, ? porque algum desequil?brio existe na manuten??o e sobretudo na parte alimentar. Efectivamente, esse procedimento nunca aconteceria se as aves estivessem em liberdade, tendo ? sua disposi??o tudo o que necessitam. Em cativeiro, o facto ? por demais conhecido n?o s? nas aves (veja-se o caso das galinhas) como at? nos pr?prios mam?feros. O que se passa ? que a ave procura nas penas (tal como os mam?feros o fazem nos p?los) o alimento de origem animal que lhe falta na dieta di?ria fornecida pelo criador. ? esse o ?nico recurso que t?m ? sua disposi??o. Por vezes, ? claro, isso torna-se um v?cio, mesmo depois de restabelecido o equil?brio. Teremos portanto toda a vantagem em evitar que tal aconte?a, mas n?o se diga - e temos muitas provas disso - que o v?cio n?o se pode curar.

No cap?tulo referente ? alimenta??o, fal?mos detalhadamente da necessidade da inclus?o de prote?nas de origem animal na dieta das aves. Ovo cozido, insectos e at? mesmo um pouco de presunto n?o muito salgado s?o precisamente alimentos que devem ser administrados quando as aves denotam um estranho apetite pelas penas: as suas ou as das outras aves.

Por vezes, um ambiente demasiado seco tamb?m pode desencadear o mesmo procedimento, assim como uma falta de vitaminas ou sais minerais. Como ? evidente, ? necess?rio ent?o fazer pulveriza??es frequentes de ?gua t?pida e n?o esquecer os alimentos que forne?am vitaminas e sais minerais.

DIFICULDADE NA POSTURA DOS OVOS

Embora n?o se trate propriamente de uma doen?a, a dificuldade em expulsar os ovos pela cloaca pode ser devida a v?rios factores, entre os quais o tempo frio e novamente a falta de subst?ncias minerais.

Quando tal acontece, a f?mea apresenta-se agachada num canto do avi?rio com as penas eri?adas e fazendo pequenos movimentos com o corpo, como se tentasse em v?o expulsar o ovo.

A melhor forma de a auxiliar ? mud?-la para um ambiente aquecido, pegando nela com todo o cuidado e depois segurando-a por cima de uma cafeteira com ?gua a ferver, de modo a que o vapor de ?gua atinja toda a parte inferior do corpo. Normalmente, produz-se uma dilata??o da cloaca e a ave chega a p?r o ovo naquele mesmo instante na nossa m?o.

Nos casos mais graves, ? necess?rio colocar uma gota de azeite com o aux?lio de um conta-gotas no interior da cloaca, ao mesmo tempo que se efectua a mudan?a da ave para um ambiente h?mido e lig
eiramente aquecido.

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